Navegar, para muitos é uma sensação ótima, para outras pessoas é um pesadelo. Algumas pessoas passam a maior parte sua vida em alto mar, outras sonham em ver o mar. Entre tantas embarcações que existe, o Catamarã é sem dúvida a embarcação que eu mais utilizei em viagens pelo mar. Apesar de ter velejado em vários tipos de embarcações pelo Atlântico, como essa Biana que estou na foto acima, usada para atravessar o canal do Boqueirão, sem dúvida nenhuma as minhas viagens se comparam a que foi realizada pelo navio Baychimo em 1931. Em primeiro de outubro daquele ano, esse navio navegava pelo Alasca transportando peles e, com um frio abaixo de zero, todos abordos estão entediados e despreocupados até que um solavanco joga dos os tripulantes para frente. Todos se entre olham e os marinheiros mais experientes já sabem do que se tratava, um enorme bloco de gelo aprisiona o velho navio Baychimo. Todos se encaminham para o convés e o capitão forma grupos que se encarregaram de tentar tirar o navio do imenso bloco de gelo, depois de algum tempo todos percebem que não da mais pra continuar a vigem no velho navio de carga, e a tripulação caminhou por cerca de 1 km até a cidade de Barrow.
Dois dias depois o navio se desprende do gelo e toda a tripulação retorna a viagem que durou cerca de uma semana, pois o navio agora navegando em um local totalmente remoto encontra outro bloco de gelo e toda a tripulação percebe que aquele navio jamais sairia daquele gelo naquele local. A companhia dona do navio, então se mobiliza e manda algumas aeronaves para resgatar a tripulação, pois o local é extremamente remoto. De toda a tripulação retirada, 15 marinheiros permanecem no navio, pois ainda existia a possibilidade deste se libertar do gelo do Alasca e continuar sua viagem, os 15 marinheiros estavam dispostos a ficar todo o inverno no navio se fosse necessário, estavam com mantimentos e todos eles já tinham experiência de sobra em lugares gelados. Primeiro, fizeram um abrigo próximo ao navio, pois em uma situação dessas o navio poderia ser esmagado ou afundar no meio de uma madrugada e todos os marinheiros acabariam no fundo do oceano gelado. O abrigo ficava próximo ao navio, e a medida que os dias passavam, eles verificavam se o navio havia se desprendido. Dia após dia, gelo e mais gelo, sabe aquela sensação de quando você se acostuma em uma cidade, e vai para uma cidade menor o tempo parece que passa mais lento? Imagina ficar em um lugar com temperaturas abaixo de zero e em todo o horizonte a única coisa que se consegue enxergar é a imensidão do branco? Gelo e mais gelo.
A rotina é a mesma, se alimentar de 5 em 5 horas, revezamento de quem iria olhar o navio e olhar para o branco, olhar para o gelo, olhar para o horizonte branco. Até que os céus mudam a rotina dos 15 marinheiros, nuvens escuras começam a se formar no céu e um vento muito gelado toca os rostos dos marinheiros, esse vento vem acompanhado de neve e todos se abrigam no acampamento feito de madeira, nessas horas todos ficam sentados em uma sala e cada mente pensa em algo, alguns provavelmente pensaram em suas famílias, outros em um lugar quente e seguro, outros talvez pensasse que aquela tempestade no meio do pólo norte congelaria todos e que ficariam ali sepultados junto com o velho Baychimo. Horas depois a tempestade passa e chega a bonança, todos saem do abrigo e pra surpresa de todos o navio não estava mais encalhado.
Onde estaria o velho Baychimo? Teria se desprendido e estava a deriva agora? Teria naufragado? O acampamento, os dias em espera no meio do gelo, as horas de tédio... tudo em vão, o navio Baychimo havia sido sepultado no meio do pólo norte por uma tempestade no dia 24 de novembro. Ou seja, quase dois meses depois do primeiro encalhe o velho navio de carga dormia em paz. Os marinheiros são então resgatados e alguns dias depois um dos marinheiros recebe a visita de um Esquimó da região afirmando que tinha visto o navio a deriva a uma distância de uns 75 km do ponto de encalhe. Foi então que o navio Baychimo foi batizado de “navio fantasma” pois, apesar de estar a deriva, depois que enfrentasse a próxima tempestade do Alasca, ele afundaria no oceano gelado. Mais como existem mais coisas entre o céu e a Terra que a nossa mente consegue explicar, durante 38 anos o navio Baychimo foi visto em diferentes locais sempre perto do Alasca. Alguns meses depois no mesmo ano de 1931 o navio foi visto a 480 km a leste do encalhe, no ano seguinte, um viajante afirma ter visto o navio a deriva perto da costa do Alasca. E em Março de 1933, já a dois anos após o encalhe e posteriormente o seu desaparecimento, um grupo de Inuites (que são os membros da nação indígena esquimó que habitam as regiões árticas do Canadá, do Alasca e da Groelândia fugiam de uma tormenta e acabaram encontrando o velho navio de carga a deriva, la no navio eles encontraram abrigo e se refugiaram dentro do navio até a tempestade passar que durou 10 dias. Em Novembro de 1939, quase uma década depois, o capitão Hugh Polson, navegava pela região do Alasca e para a sua surpresa ele avista o navio Baychimo a deriva, o mar estava muito perigoso, com muitos icebergs entre o seu navio e o grande navio de carga a deriva, ele tenta resgatá-lo mais, devido aos muitos blocos de gelo, ele desiste e fica apenas admirando o velho navio desaparecer na imensidão do mar gelado, todos a bordo do navio do capitão Hugh Polson estão emocionados, ficaram cara a cara com o tão falado “navio fantasma”. Em Março de 1962, o velho navio foi visto por um grupo de esquimós a deriva no mar de Beaufort.
E em 1969 o Baychimo estava mais uma vez preso em um bloco de gelo. Esse encalhe e registrado e começa os preparativos para retirar o fantasmagórico navio do gelo, antes das equipes se mobilizaram para a retirado do Baychimo do gelo uma grande tempestade chega e as atividades são adiadas, logo após a tempestade, pra surpresa de todos não havia mais navio, apenas gelo, gelo e mais gelo. Onde estaria o velho Baychimo? Teria se desprendido e estava a deriva mais uma vez? Teria naufragado definitivamente? Provavelmente sim, pois aquele ano de 1969 foi o ano em que se tem os últimos registros do velho navio fantasma, que navegou durante 38 anos nos mares gelados do pólo norte. O que fez esse navio ficar a deriva por tanto tempo? Fantasmas ou uma grande coincidência? O fato é que depois dele, as histórias de navio fantasma chegaram até nos e chegará aos nossos filhos, netos, tataranetos e gerações e gerações irão ouvi-las. E tudo começou com o navio Baychimo em 1931. Em 2006, o governo do Alasca lançou um projeto para resolver o mistério do “Navio Fantasma do Ártico” e localizar o Baychimo, saber se esse navio ainda estava flutuando ou se tinham realmente naufragado, até agora não encontraram o navio nem flutuando, nem no fundo do oceano gelado do Ártico.
LEGAL ÉMILIO TA PROGREDINDO RSRSRSRSR CONTINUE ASSIM QUE TU VAI LONGE......
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