quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Um dia de "Sorte"



Não existe nada ruim que não possa ficar pior, acho que todo mundo já ouviu isso alguma vez na vida. Numa bela manhã, onde eu teria que acordar como sempre, escovar meus dentes, tomar banho, café e dar aula, eu...acordei, escovei meus dentes, tomei banho e café, só que eu não fui dar aula. Acordei senti uma tremenda dor na garganta, estava inflamada. Além disso, eu estava sentindo o corpo febril e resolvi não ir pra escola, dois dias depois eu estava recuperado, pensei em ir pra escola no dia seguinte até que na noite que eu pensava nisso comecei a sentir uma dor muito forte no joelho direito, não conseguia mais nem dobra-lo:


- Que merda é essa?


Fui pra cama, tentei dormi de várias posições mais não conseguia, a dor estava insuportável, a volta na escola teve que ser adiada, ao invés de ir para escola, fui para num hospital, em um ortopedista pra ser mais específico.


- Foi jogando bola?
- Não.
- Malhando?
- Acho que sim, ultimamente eu estava colocando muito peso nas pernas.
- Quanto?
- 250 a 300 quilos.
- Caramba.


Depois de alguns minutos ele explica de forma científica o que na linguagem popular seria uma “inflamação no joelho devido ao peso que eu estava levantando” ele me passou 3 injeções e para colocar gelo 3 vezes ao dia durante 15 minutos.


- Beleza.


Fui pra casa e antes passei em uma farmácia pra compra as injeções, tudo certo. Isso foi uma sexta feira, parei em uma farmácia pra tomar a primeira injeção.


- Em farmácias não se aplica mais injeções?
- Não? Mais por que?
- É lei agora, não podemos mais aplicar porque alegam que se o paciente passar mal, nós não tempos estrutura pra salvar a pessoa.


Nessa hora eu lembrei de todos os “Socorrões” espalhados em todo o Brasil, será que os hospitais públicos brasileiros tem estrutura pra salvar um paciente? É melhor nem responder. Pois bem, fui então a um posto de saúde, chegando la fui bem atendido, apesar de não haver médicos, mais uma enfermeira poderia baixar minhas calças e aplicar uma injeção na minha bunda, foi o que ela fez e olha que doeu pra caramba, pense! No domingo eu tinha marcado umas aulas particulares com a minha atual namorada e com um amigo dela chamado de “Pai da Panka, o porque eu não sei, apesar do joelho doer muito, eu conseguia dirigir, indo para casa com minha futura namorada e com o amigo dela, o Pai da Panka, falei que tinha que passar num posto de saúde e quando chegamos lá pra surpresa de todos e tristeza da nação o posto estava fechado.


- Que porra é essa?


Dias depois eu fiquei sabendo que os postos de saúde não abrem dia de domingo, quer dizer que não podemos ficar doentes aos domingos? Ou que os vírus, bactérias e protozoários que causam doenças vão para a praia tomar sol e uma cervejinha, e por isso não contaminam ninguém? Prefiro achar a segunda opção. Pois bem, fomos então para um hospital particular.


- Quanto custa pra alguém me aplicar uma injeção?
- 15 reais
- o que? Só pra aplicar uma injeção? Tu pode me explicar em que seria aplicado esse dinheiro?
- Bem, tem o algodão, as luvas e a seringa.


Dá pra acreditar? É da pra acreditar. Uma bolinha de algodão, um par de luvas descartáveis e uma seringa descartável por 15 reais!!!


- Vamos la no Socorrão.


Chegando la, em elemento no balcão perguntou se eu tinha estado la alguma vez, como eu disse que não ele me pediu minha identidade e logo em seguida fez minha ficha e me entregou um papel que eu nem olhei o que tinha escrito, so perguntei se ia demorar alguém aplica uma injeção em mim, ele me apontou para uma multidão de pessoas que estavam em um salão e me disse:


- Vai demora um pouco, você é depois de todo aquele povo.
-O que?
- Tem gente ai que chegou umas 11 da manhã e ainda não foi atendido.


Isso já era mais de duas da tarde, da pra acreditar? É da pra acreditar sim. Fui então a uma farmácia de bairro e o cara me cobrou 2 reais pelo serviço. No dia seguinte eu estou em casa e por volta de meio dia meu irmão vai tirar o carro da garagem (detalhe, era a primeira vez que ele tirava o carro da garagem, tinha acabado de tirar a carteira) e ele consegue fazer a proeza de arrancar o para-choque do carro, da pra acreditar? É da pra acreditar. Pela tarde eu tive que procurar uma oficina pra arrumar o para choque do carro e durante o concerto, o pneu da frente baixa, ou seja, furou. Da pra acreditar? É da pra acreditar. Ou seja, não existe nada ruim que não pode ficar pior.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Era uma vez...




Há muito tempo, nas brumas do passado, nos dias de glória do Império Galáctico, a vida era selvagem, exuberante e livre de impostos. Grandes espaçonaves navegavam entre sóis exóticos, em busca de aventuras e riquezas nos mais remotos confins do espaço galáctico. Naqueles tempos, os espíritos eram bravos, as apostas eram altas, os homens eram homens de verdade, as mulheres eram mulheres de verdade e as criaturinhas peludas de Alfa do Centauro eram criaturinhas peludas de Alfa do Centauro de verdade. Assim foi forjado o Império.

Naturalmente, muitos homens enriqueceram enormemente, mais isso era natural e não era problema nenhum, pois ninguém era realmente pobre – pelo menos ninguém importante. E para todos os mercados mais ricos, como era inevitável, a vida tornou-se um tanto tendiosa e insatisfatória, levando-os a pensar que isso era devido as limitações dos mundos em que eles haviam se estabelecido – nenhum deles era inteiramente satisfatório. Ou o clima não era muito bom no final da tarde, ou o dia era meia hora mais comprido do que deveria ser, ou o oceano era precisamente da tonalidade errada de rosa.

Assim, surgiram circunstâncias favoráveis ao nascimento de uma espetacular indústria: A CONSTRUÇÃO DE PLANETAS DE LUXO SOB MEDIDA. A sede dessa indústria era o planeta Magrathea, cujos engenheiros hiperespaciais drenavam a matéria por buracos brancos no espaço para transforma-la em planetas de sonho – planetas de ouro, planetas de platina, planetas de borracha macia cheios de terremotos, todos eles encantadoramente feitos segundo as mais detalhadas especificações determinadas pelos homens mais ricos da Galáxia.

Mais tamanho foi o sucesso dessa indústria que o próprio planeta Magrathea logo se tornou o planeta mais rico de todos os tempos e o resto da Galáxia ficou reduzido à mais negra miséria . assim, o sistema entrou em colapso, o Império entrou em colapso, e um logo período de silêncio submergiu um bilhão de mundos famintos, um silêncio perturbador apenas pelos ruídos das canetas dos estudiosos, que passavam suas noites em claro elaborando pequenos tratados confiantes em que defendiam o valor de uma economia política planejada.

Magrathea desapareceu e logo se transformou numa lenda obscura...