O nível tecnológico que temos nos dias de hoje é impressionante, celulares, TV LCD, computadores, jatos de guerra que não podem ser rastreados por radares, sonar altamente potente em navios e submarinos, viagens espaciais, um motor de fórmula 1... Mais tudo isso teve um início. A ferramenta com o registro mais antigo que se tem notícia foi encontrada numa margem de um rio na ilha de Java, que é a segunda maior e a principal ilha da Indonésia. A ferramenta encontrada foi um machado e junto a esse machado tambem foram encontrados restos fossilizados de um hominídeo chamado Homo erectus. Pelos cálculos da ciência essa espécie viveu entre 1,8 milhões de anos e 300 000 anos atrás, num período geológico chamado de Pleistoceno. Mais o que teria levado esse hominídeo a criar essa ferramenta? Seria ultilizada para capturar presas? Seria ultilizado para lutas contra outros homo erectus na defesa de território? Ou seria ultilizado para matar uma esposa infiel? Ou um filhote atentado? Esse pergunta intriga uma parte de cientistas que tenta entender como o nosso cérebro evoluiu e chegou no nivel tecnológico que temos hoje. Alguns pesquisadores perceberam que algumas espécies de primatas elaboram alguns tipos de ferramentas, que são as mesmas encontradas juntas de vários restos de hominídeos. Então, podemos supor que, os mesmos fatores que levam um macaco a fabricar uma ferramenta foram os mesmo fatores que levaram o homo erectus a começar a fabricar as suas. Aqui nas Américas só tem um tipo de macaco que fabrica ferramentas, o macaco-prego. Para a ciência, até o momento, existe sete espécies diferentes de macaco-prego e em três delas ja se tem registro de fabricação de ferramentas. A Ilha de Curupu, que faz parte do município da Raposa no Maranhão, possui mais de 20 km de praias desertas e do outro lado da Ilha é coberta por manguezal, nesse manguezal é encontrado grupos de macacos-prego que usam pedaços de madeira para extrair das raízes do mangue um animal chamado turu, que parece um verme, usado na sua alimentação em determinados períodos do ano. Eu, juntamente com alguns colegas do curso de Biologia resolvemos acompanhar esses macacos nessa ilha durante quase um ano, e uma certa viagem a essa ilha, o grupo era formado por min, Luis Fernando (que está no meio do mangue na foto acima), Bento (de boné vermelho), Mikhail (de blusa azul sem boné) e Raymony Tayllon, o Babú (de boné branco). Chegamos na margem do mangue, após uma longa caminhada pela praia e depois passando pela vegetação que fica depois das dunas chamada Restinga. Começamos então a nos preparar para entra naquele ambiente onde ocorre intensa decomposição de matéria orgânica e exala um odor que muitos não gostam, outros se acostumam e outros não faz a menor diferença. Tiramos as botas, caso contrário atolamos na lama do mangue e as mochilas, para termos mais mobilidade para andar entre as raízes (que na verdade são troncos) do manguezal. Antes de entrarmos no mangue eu disse:
- Pessoal, pendurem suas coisas nos galhos, pois se a maré encher não irá molhar nossas coisas.
- Beleza.
Entramos no mangue, hora pisando na lama hora passando por cima de galhos e troncos de madeira. Em alguns pontos do mangue paramos para ficarmos apenas ouvindo qualquer coisa que possa dar sinal dos primatas. Nessas viagens, algumas vezes podemos registrar alguns comportamentos no mangue, mais nesse dia não conseguimos nem topar com o bando de macacos. O tempo passa, as “mutucas”, insetos chupadores de sangue, não param um só instante e nada dos macacos. Apenas o barulho das árvores do manguezal balançadas pelo vento, o estalo de caranguejos na lama e um palavrão baixo emitidos por um de nos quando topávamos em algo ou quando um caranguejo agarrava alguma parte do nosso pé. Até que eu percebo a maré tomar conta do mangue aos poucos. Nessa hora eu disse:
- Saca só galera como a maré enche rápido, há poucos minutos a água estava cobrindo meu pé, agora já está acima do joelho.
- Melhor voltarmos antes que a maré encha de vez.
- Beleza.
Caminho de volta e a maré enchendo mais e mais, até que a água já estava na nossa cintura, nessa hora eu percebi que tinha a possibilidade de termos que nadar alguns trechos, pois estava subindo muito rápido. Foi quando eu perguntei:
- Todo mundo aqui sabe nadar não é?
- Relaxa pó, eu sei. Tranqüilo. Foi o que o Babú respondeu.
- Comigo também não tem problema não. Essa foi a resposta do Mikhai.
- Rapaz faz tempo que eu nadei, mas dou conta. Bento.
Nessa hora, Luis Fernando fala o que ninguém acreditou, ou melhor, acreditamos e quase morremos de sorrir.
- Eu to fudido, eu não sei não.
- Puta que pariu. Fala sério, o mais alto não sabe nadar, moço...Acho que ninguém aqui dá conta de te carregar não. Kkkkkkkkkkkkkkkkkk. Foi as minhas palavras de consolo ao Fernando.
- kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk (Babú)
- kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk (Mikhail)
- kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk (Bento)
Até que chegamos ao local onde havíamos colocado nossas coisas, sem ter precisado carregar Luis Fernando. Mais o que vimos não foi nada agradável. Algumas mochilas boiando e botas debaixo d´agua. Uma das mochilas era a do Babú, nessa hora ele entra em desespero:
- Puta que pariu.
Ele pega a mochila toda molhada e começa a procurar desesperadamente algo, até que encontra:
- Caralho, o celular do meu irmão que eu peguei emprestado já era e o meu também. Cara e eu nem terminei de pagar essa porra ainda.
A alguns metros do desespero do nosso amigo Babú, Luis Fernando fala feliz da vida:
- Cara ainda bem que minha caneta da sorte não molhou...rsrsrssr.
- Vai tomar no cú porra. (Babú)
No auge do desespero, Babú pegou uma espécie de estojo que estava cheio de papeis e ele diz:
- Poxa pelo menos isso aqui não molhou.
Parecia um castigo divino, nesse exato momento aconteceu o inacreditável, na hora que ele terminar de dizer o estojo cai da mão dele direto para o fundo da água e molha todos os papeis. Ele começa a jogar tudo fora, falando palavras nada educadas e espalhando vários objetos e papéis no mangue. Mikhail tenta usar sua consciência biológica e diz:
- Tayllon não suja o mangue pô, sabe que isso é prejudici...
- Vai se fuder tu é o mangue, to nem aí
Não sei por que, mais nos, como amigos do nosso querido Babú, ao invés de darmos um certo apoio, só conseguíamos ficar sorrindo daquele acontecimento. Pegamos nossas coisas molhadas e voltamos para casa. Será que daqui a algumas centenas de milhares de anos, cinco macacos irão passar pelo que passamos naquele dia? Babú continuou pagando o celular e visitando o bando de macacos no mangue, mais depois desse dia ele nunca mais levou estojo, celular ou nada eletrônico para as nossas idas no mangue.
- Pessoal, pendurem suas coisas nos galhos, pois se a maré encher não irá molhar nossas coisas.
- Beleza.
Entramos no mangue, hora pisando na lama hora passando por cima de galhos e troncos de madeira. Em alguns pontos do mangue paramos para ficarmos apenas ouvindo qualquer coisa que possa dar sinal dos primatas. Nessas viagens, algumas vezes podemos registrar alguns comportamentos no mangue, mais nesse dia não conseguimos nem topar com o bando de macacos. O tempo passa, as “mutucas”, insetos chupadores de sangue, não param um só instante e nada dos macacos. Apenas o barulho das árvores do manguezal balançadas pelo vento, o estalo de caranguejos na lama e um palavrão baixo emitidos por um de nos quando topávamos em algo ou quando um caranguejo agarrava alguma parte do nosso pé. Até que eu percebo a maré tomar conta do mangue aos poucos. Nessa hora eu disse:
- Saca só galera como a maré enche rápido, há poucos minutos a água estava cobrindo meu pé, agora já está acima do joelho.
- Melhor voltarmos antes que a maré encha de vez.
- Beleza.
Caminho de volta e a maré enchendo mais e mais, até que a água já estava na nossa cintura, nessa hora eu percebi que tinha a possibilidade de termos que nadar alguns trechos, pois estava subindo muito rápido. Foi quando eu perguntei:
- Todo mundo aqui sabe nadar não é?
- Relaxa pó, eu sei. Tranqüilo. Foi o que o Babú respondeu.
- Comigo também não tem problema não. Essa foi a resposta do Mikhai.
- Rapaz faz tempo que eu nadei, mas dou conta. Bento.
Nessa hora, Luis Fernando fala o que ninguém acreditou, ou melhor, acreditamos e quase morremos de sorrir.
- Eu to fudido, eu não sei não.
- Puta que pariu. Fala sério, o mais alto não sabe nadar, moço...Acho que ninguém aqui dá conta de te carregar não. Kkkkkkkkkkkkkkkkkk. Foi as minhas palavras de consolo ao Fernando.
- kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk (Babú)
- kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk (Mikhail)
- kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk (Bento)
Até que chegamos ao local onde havíamos colocado nossas coisas, sem ter precisado carregar Luis Fernando. Mais o que vimos não foi nada agradável. Algumas mochilas boiando e botas debaixo d´agua. Uma das mochilas era a do Babú, nessa hora ele entra em desespero:
- Puta que pariu.
Ele pega a mochila toda molhada e começa a procurar desesperadamente algo, até que encontra:
- Caralho, o celular do meu irmão que eu peguei emprestado já era e o meu também. Cara e eu nem terminei de pagar essa porra ainda.
A alguns metros do desespero do nosso amigo Babú, Luis Fernando fala feliz da vida:
- Cara ainda bem que minha caneta da sorte não molhou...rsrsrssr.
- Vai tomar no cú porra. (Babú)
No auge do desespero, Babú pegou uma espécie de estojo que estava cheio de papeis e ele diz:
- Poxa pelo menos isso aqui não molhou.
Parecia um castigo divino, nesse exato momento aconteceu o inacreditável, na hora que ele terminar de dizer o estojo cai da mão dele direto para o fundo da água e molha todos os papeis. Ele começa a jogar tudo fora, falando palavras nada educadas e espalhando vários objetos e papéis no mangue. Mikhail tenta usar sua consciência biológica e diz:
- Tayllon não suja o mangue pô, sabe que isso é prejudici...
- Vai se fuder tu é o mangue, to nem aí
Não sei por que, mais nos, como amigos do nosso querido Babú, ao invés de darmos um certo apoio, só conseguíamos ficar sorrindo daquele acontecimento. Pegamos nossas coisas molhadas e voltamos para casa. Será que daqui a algumas centenas de milhares de anos, cinco macacos irão passar pelo que passamos naquele dia? Babú continuou pagando o celular e visitando o bando de macacos no mangue, mais depois desse dia ele nunca mais levou estojo, celular ou nada eletrônico para as nossas idas no mangue.