sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Uma Noite Alucinante 3


29 mil ano atrás... (ficção)

Um grupo de hominídeos robustos caminhava em algum ponto no sul da Europa, o clima era frio, mais eles possuíam um cérebro grande e um nariz curto, mais volumoso, características essas adaptativas a climas frios. Com estaturas atarracadas, eles mediam 1,60m de altura com braços grosseiros, muitos músculos e várias cicatrizes pelo corpo. A noite se aproxima e eles se dirigem a uma caverna que lhe serve de morada momentânea, o grupo é formado pelo patriarca e líder, junto a dois irmãos, uma mulher e três filhos. Antes do anoitecer o grupo se retirar aos seus locais de descanso, um dos irmãos ainda esta com fome...

Pouco tempo atrás... (caso verídico)

Eu, juntamente com Raymony Tayllon (o Babú) e Mikhail, após uma viagem de Ferry pelo mar, chegamos ao porto do Cujupe. Chegando ao porto procuramos uma canoa que pudesse nos levar a uma ilha que fica de frente do porto, essa ilha entre outras coisas concentra-se uma grande quantidade de fósseis, é uma ilha semi-deserta aonde uma pequena população que não chega a 200 pessoas sobrevive no centro, em casas muita simples, algumas de tijolo e a maioria de barro e palha. Encontramos um senhor que nos levou até essa ilha, descemos da canoa e olhamos pro caminho que entrava na mata e nos conduziria até o outro lado da ilha, passando pela comunidade, até chegar a Praia do Encantado, nenhum de nos estava com fome...

29 mil ano atrás... (ficção)

Um dos irmãos avisa que vai procurar algo pra comer, o patriarca do grupo segura-o pelo braço e faz um sinal para ele permanecer na caverna, as crianças olham aquela sena e não entendem muito bem, o patriarca então aponta para fora da caverna e gesticula que la fora está frio e é perigoso sair sozinho e a noite, o hominídeo faz uma expressão de não ligar para nada do que o patriarca diz e retira o braço do patriarca do seu e começa a caminhar para fora da caverna, as crianças nessa hora entendem tudo e esbugalham os olhos e correm em direção a mãe e todos se abraçam forte, as crianças apontam para fora da caverna preocupadas e olham pra fora onde seu tio acaba de sumir e olham pra mãe, a mão os conforta e o tio segue seu caminho sozinho, a noite e no frio...

Pouco tempo atrás... (caso verídico)

A caminhada começa, Mikhail e Babú vão à frente e eu carrego a caixa de ferramentas logo atrás, olhando sempre para o chão e uma vez ou outra para os lados e contemplando a mata em nossa volta, é um dia de sol e venta bastante, o clima é extremamente agradável apenas o barulho do vento arrastando as folhas secas no chão ou galhos sendo sacudidos pela ação dos ventos que sopra sem para na manhã daquele dia.

29 mil ano atrás... (ficção)

O hominídeo pisa com seus pés tortuosos no chão irregular, se juntado aos seus dedos que estão quase todos fraturados devido a várias topadas ao longo da vida, esse hominídeo olha ao seu redor e não encontra nada, seu olhar é de indiferença, ele continua a se afastar cada vez mais de onde descansa seu grupo, a caminhada prossegue, com frio ou sem frio, sozinho ou em grupo, escuro ou no claro ele pensa apenas que tem que encontrar algo pra comer...

Pouco tempo atrás... (caso verídico)

Começamos a avistar as primeiras casas do povoado, e não ouvimos barulho de crianças brincando, apenas o vento soprando na varanda das casas, paramos a uns 50 metros de distância de 3 casas que ficavam próximas umas das outras, todos nos olhamos e não vimos ninguém, todas estavam trancadas, uma casa pequena no interior ou povoado dificilmente fica fechada durante o dia, e todas as 3 estavam, naquela manhã. Achamos estranho, ninguém fez um olhar de indiferença, todos olhamos com cuidado, com preocupação, alguma coisa estava errada...

29 mil ano atrás... (ficção)

Após uma longa caminhada na escuridão e no frio, a temperatura cai bruscamente interrompendo a produção de energia normal dos músculos do hominídeo e ele se vê agora com dificuldade de caminhar, a respiração se torna pesada, e a ponta de seus dedos já estão dormentes, o corpo nessa hora começa a bombear sangue para o centro para proteger o coração, é o nosso mecanismo de defesa, por isso as pontas dos dedos ficam sem sangue e adquire a cor rocha, começa ai os primeiros estágios da hipotermia...

Pouco tempo atrás... (caso verídico)

Mais casas surgem no nosso caminho e para nossa surpresa, todas estão fechadas, paramos no centro do povoado onde existe uma pequena escola com duas salas e uma igreja, ao redor várias casas de tijolos e de barro, todas fechadas. Nenhuma criança brincando, ou uma mãe lavando as panelas sujas nas partes de trás da casa, ou uma filha estendendo as roupas num varal, nada. Pescadores tecendo uma rede, meninos com uma baladeira na mão e um “mocó” cheio de pedras, meninas em cima de um pé de cajú...nada! Parecia uma cidade fantasma. Nessa hora eu digo:
- Estranho isso, o que ta acontecendo aqui? Pra onde foi todo mundo?
- Rapaz que porra é essa, eu não to gostando disso, aiaiaiai.
- Calma Babu, vamos continuar.

29 mil ano atrás... (ficção)

O hominídeo não entende por que não sente mais as mãos e encosta os dedos no chão e também não sente mais, é como se as suas mãos e dedos não fizesse mais parte do seu corpo, ele apenas estar confuso agora e novamente olha ao redor e procura algo pra comer, percebe que não consegue mais respirar como antes e sente a vista cansada, tremendo ali no frio, encostado a uma árvore ele encosta a cabeça no tronco e fecha os olhos para nunca mais abri...

Pouco tempo atrás... (caso verídico)

Existe algumas bifurcações no caminho até chegar a Praia do Encantado, e como já havia muito tempo que eu não andava por la, errei o caminho e pegamos o caminho mais longo, a caminhada era para ser feita em 3 horas, já estamos caminhando a quase 4 horas até que eu digo:
- Pessoal vamos para aqui pra almoçar.
- Beleza.
- Rapaz, vamos continuar e comer la na praia, eu não to gostando da gente fiar aqui nessa ilha não, vai la saber que diabo tem aqui.
Realmente Babú já estava com medo, muito medo, mais acabou concordando e almoçou, depois do almoço deitamos pra descansar, nessa hora Mikhail arremessa uma pedra no meio do mato, foi quando nosso amigo Babú da um pulo e olha desesperadamente para todos os lados e com os olhos esbugalhados.
- Que foi isso? Que foi isso? Vocês ouviram?
- KKKKKK
- KKKKK, relaxa Babú, foi Mikhail que jogou uma pedra no mato.
Levantamos e continuamos nosso caminho, antes de chegarmos a Praia do Encantado encontramos um senhor que nos esclareceu o que tava acontecendo na Ilha, estava tendo um surto de malária, várias pessoas estavam morrendo de malária na ilha, doença essa transmitida por um mosquito, o Anopheles sp. Chegando a Praia, armamos as duas barracas e fomos escavar fósseis nas falésias da praia, a noite se aproxima e decidimos entra cedo nas barracas e não tiramos nossas roupas, entramos de meia, calça jeans e camisa, as roupas que tínhamos passado o dia vestido, alem disso usamos todo o nosso repelente que tínhamos, para com isso, não ser picado por algum transmissor da malária, entrei na minha barraca e Babú estava com medo de dormi sozinho, Mikhail foi dormi com ele, eu dormi como uma pedra, lembro somente de um celular tocar no meio da noite e um despertador de manhã cedo, o Mikhail me disse o que aconteceu na noite anterior, no meio da noite no silêncio total a namorada do Mikhail liga pra ele e o celular toca:
- Oi amor, tô, eu tô bem...bj.
Babú nessa hora estava quase pegando no sono foi quando ele despertou e voltou ao pesadelo de ficar naquela barraca acordado, nessa hora Babú já não tinha mais sono, foi quando no meio da madrugado ocorre um barulho:
- Puta que pariu Mikhail tu ouviu isso?
E Mikhail com a voz sonolenta diz:
- Acho que sim Babú, acho que sim...
- Ouvi bem Mikhail, que porra será isso?
- Relaxa.
- Não é nenhum dos Encantados não?
A noite continua e Babú continua acordado como cú na mão, enquanto para Mikhail, parecia que ele estava no céu de tão cansado que estava. Quando o sol deu seus primeiros raios de luz nas areias da Praia do Encantado, Babú estava quase cochilando quando o despertado do celular dele toca:
- Pô Babú , desliga esse aparelho.
Babú nessa hora não agüenta e desabafa:
- Porra Mikhail, caralho! Tu passas a noite todinha dormindo, quando eu to pra pegar no sono teu celular toca e agora depois de ter dormido a noite todinha tu vem reclamar pra mim? vai se fuder porra!
- Calma Babú calma.


Recentemente comentei sobre o medo, realmente o medo que os nossos antepassados tiveram os fez sobreviverem e deixar descendentes também que tinham medo, esse medo foi sendo passado de geração em geração até os dias de hoje, aqueles que não tinham medo, acabaram sendo mortos por alguma fatalidade, se eles tivessem medo, provavelmente viveriam muito mais, o medo sempre nos protege, naquele dia na ilha o medo nos protegeu de pegar malária, dormimos sujos, suados, fedendo, com as roupas que passamos o dia vestido e caminhando, tudo por medo de ser picado por um mosquito, estávamos no meio de um surto de malária em uma ilha, e um surto de uma doença em uma ilha faz um estrago tremendo, ter medo não é sinal de fraqueza, é uma adaptação que temos pra sobreviver mais.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Algumas coisas mudam


As coisas mudam, muita gente diz isso logo após uma derrota no sentido de reverter à situação, mais as coisas e os valores acabam mudando naturalmente, pelo menos alguns. Quem viveu os anos 80 e 90 e chegou aos dias de hoje pode perceber o quanto isso acontece, eu sou de uma geração que agradecia falando “obrigado”, hoje em dia foi substituída por “valeu”. Quando nos deparávamos com uma situação ruim, dizíamos que era “complicado”, nos dias de hoje é “foda”. E os nossos idosos? Que antes eram “coroa” e viraram “véi”? A “danceteria” nos fins de semana virou “boate”. Minha adolescência existia duas danceterias que disputavam a juventude: Broadway e Flyback, na cidade de Imperatriz. Nessa época acontecia muita coisa nos “bastidores” que hoje em dia virou “making off” , gostávamos de ver as meninas com a “calça cocota” que seria a “calça cintura baixa” e algumas delas nos “paquerava” que é a mesma coisa de “dar mole”. Chegávamos perto das meninas e falávamos: “oi, olá, como vai?” já nas boates de hoje em dia dizemos: “e aê?”. Depois de alguns minutos às vezes surgia o, “posso te ligar” que a geração de hoje pergunta: “qual teu msn?” até que chegava a hora de “ir embora” da “festa” que ninguém mais vai embora de lugar nenhum, hoje as pessoas “vazam” da “balada” . Sem falar que para sairmos de casa precisávamos da autorização de nossos pais tipo: “mãe, posso ir?” já os jovens de hoje simplesmente dizem: “veia, fui!”. Vestíamos nossas melhores roupas e às vezes algum amigo se vestia meio “cafona” que na linguagem de hoje se transformou em “brega” e se alguém estava vestido igual a outro era uma “cópia” que hoje em dia é chamada de “genérico”. Outros se vestiam “bacana” que foi substituído por “manero”, no meio da noite quando cometíamos algum erro pedíamos “desculpas” que hoje ouvimos um “foi mal” a noite terminava e voltávamos pra casa, com o passar dos dias, depois de muita atividade batia um “cansaço”, engraçado que ninguém mais fica cansado hoje em dia, as pessoas nos dias atuais ficam “estressadas”. Nessa época eu estudava o “segundo grau”, que não existe mais, hoje os alunos estudam no “ensino médio” e quando conversávamos no “recreio” que agora se chama “intervalo”, nossos “colegas” que agora são nossos “chegados” alertávamos sobre algo falando: “presta atenção” que na atualidade virou “se liga”. O “radinho de pilhas” foi substituído pelo “ipod”, a “máquina fotográfica” que tirava “retrato” ficou obsoleta graças ao surgimento da “câmera digital” que tira “foto”. A “fofoca” que surgia no bairro virou “babado” sobre alguém de “corpo atlético” por exemplo, que ninguém mais tem esse tipo de corpo, hoje as pessoas são “saradas” que na época algumas pessoas que não tinha esse tipo de corpo, tinha “banha”, hoje temos “gordura localizada”. A “peituda” sumiu e deu lugar a “siliconada” a “bunduda” virou “popozuda”e o “alisamento” foi substituído pela “chapinha” até a doença “lepra” foi erradicada, no lugar dela surgiu a “hanseníase” e ninguém mais morre de “derrame”, morre de “AVC”. O “namoro” virou “pegação”, o famoso “amorrrrrrr” foi esquecido e agora é dito: “ benhhêêê! e quando sabíamos de algo e não acreditávamos, perguntávamos: “você tem certeza?” que na geração de hoje é dito: “ah! Fala sério.” Chamar de “negro” também não pode mais, por que pode gerar processo, o termo agora é “afro-descendente” realmente quando eu começo a pensar em tudo isso, e vejo as mudanças acontecendo, lembro-me do ano de 2001 onde eu morava sozinho na travessa da Camboa em São Luís, era apenas um estudante de pré-vestibular as 20:00 da noite estudando ligações covalentes quando a mangueira do botijão de gás se rompeu e começou a vazar gás com muita pressão. Ao sentir o cheiro do gás, eu pensei:


“Caramba, se o gás chegar até a lâmpada, pode ter um curto e esse gás inteiro vai incendiar, a casa vai pegar fogo!!!”


Imediatamente eu me levanto e saio desligando todas as luzes da casa, e o cheiro do gás começa a ficar cada vez mais forte, então eu tive a idéia de abri todas as janelas da casa, pois essa casa ficava em uma esquina. Ao abri a ultima janela, percebi que tinha alguns maconheiros fumando maconha e nessa hora eu disse:


- Ei galera, estourou uma mangueira de gás do botijão aqui de casa e acho que se o gás chegar ao cigarro de vocês vai ter uma explosão aqui.
- Caralho doido, sai dessa casa ai mermão.
- Eu vou só ligar pros bombeiros.


Pego o telefone e disco 193, relato o ocorrido e sai de casa de bermuda, sem camisa e descalço. Posiciono-me do outro lado da rua, a essa altura a notícia se espalhou rapidamente devido ao pânico dos maconheiros e muitas pessoas se aglomeram perto da minha casa na expectativa de ver aquelas explosões que sempre vemos em filmes de ação. Ficamos todos olhando pra casa ouvindo o barulho do gás sair em grande pressão, até que um morador de frente olha pra mim e diz:


- Rapaz, e tu não vai tirar nada de valor de dentro da casa?
- Caramba, é mesmo.


Saio correndo e entro na casa, minutos depois as pessoas me vem saindo com dois estojos de guarda cd´s, um em cada mão. Estava comigo a salvo a coleção inteira do Pink floyd na mão esquerda e a discografia quase completa do Raul Seixas na mão direita, eu nunca tive o disco ao vivo do Raul Seixas, mais tinha todos os outros. Atravesso a rua e todos me olham e perguntam:


- Que diabo é isso?
- É o que eu tenho de valor na casa.
- O quem na casa de valor é um monte de CD´s?


Nessa hora um monte de pessoas começaram a sorrir, até que eu me dei conta da merda que eu tinha feito, eu tinha coisa de valor na casa, realmente e sai mais uma vez para dentro da casa cheia de gás, as pessoas ficaram do lado de fora sorrindo e da pra ter uma idéia sobre o que estavam pensando. Minutos depois eu saio da casa com um monte de livros e apostilas e novamente me perguntam:


- Que porra é essa?
- Meus livros e apostilas, se isso aqui pegar fogo, como eu vou estudar pro vestibular?


Em poucos minutos os bombeiros chegaram e fez todos os procedimentos cabíveis e la por volta das 22:00h eles foram embora, o gás foi dissipado a população foi embora frustrada por não ter visto a explosão e o que eu tinha de valor nessa noite estava a salvo, minhas apostilas do cursinho pré-vestibular, meus livros, e as duas coleções de CD´s, a do Raul Seixas e a do Pink Floyd. Hoje em dia, provavelmente se eu tiver em uma casa e essa casa estiver a ponto de explodir minha reação será totalmente diferente, isso eu tenho certeza. Alguns valores mudam.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Um Bom Professor


"O estudo é a única moeda que não perde o valor"

(Rodrigo Martins)



Conhecer pessoas é interessante, conhecer pessoas interessantes é mais difícil, porém, é muito melhor. Há poucos dias, conheci uma dessas pessoas interessantes, uma mulher (com cara de menina) chamada Samara, pensei que eu fosse a única pessoa que prestava atenção na arquitetura de banheiros, mais depois de conversar alguns minutos com a Samara percebi que não sou a única pessoa que fazia isso. Alem disso, ela me falou uma coisa que muita gente tem a mesma opinião, depois que ela descobriu que eu era professor, ela diz:


- Tu é professor?
- Sim.
- Tu gosta?
- Gosto, sou professor hoje e serei professor o resto da minha vida.
- Cara, eu não conseguiria seguir algumas profissões; professor, médico, advogado Deus me livre. Mexer com gente é a pior coisa que tem. São belas profissões, mais...
- Eu sei.


Realmente, lidar com pessoas é complicado (que digam as atendentes e secretárias da vida), pois nem sempre estamos de bom humor ou com um sorriso no rosto. Mais essa conversa que eu tive com a Samara, me recordou uma redação que eu pedi para meus alunos fazerem sobre quem seriam os melhores professores, e o porquê eles achavam eles tão bons professores. A fórmula de ser um bom professor não existe é claro, pois já teria sido anexada nos currículos universitários, mais a experiência e as conversas com os alunos ajudam a melhorar nosso desempenho em sala de aula, se não existe uma fórmula para ser um bom professor, eu coloco aqui, algumas frases dos textos que os alunos escreveram.


“São os melhores por que eu consigo aprender alguma coisa”


“Sabe se dar bem com todos”


“Controla a sala e nos deixa a vontade para perguntar”


“Faz de tudo para explicar aquele assunto, faz de tudo para ver o nosso bem, acredita em nossas possibilidades”


“Sabe explicar o conteúdo que escolheram para ensinar”


“Gosto das aulas dele por que é bem divertida”


“Sua aula é dinâmica e bastante descontraída”


“Sabem interagir na sala de aula”


“Explicam muito bem, tem muita paciência e compreensão”


“Estão sempre preocupados com todos os alunos se eles realmente estão aprendendo algo”


“Nas aulas dele todos se divertem, mesmo sem querer ele faz os alunos riem, as aulas dele são bem interessantes”


“É um professor que procura realmente ensinar”


“tem a paciência do mundo para explicar uma aula”


Se nos cursos de licenciatura do nosso país, ainda não conseguem preparar um acadêmico para ser um bom professor, eu percebi que quanto mais se ouve, principalmente os alunos, conseguimos aprender muito mais. A frase acima citada foi escrita por um ex-aluno meu.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Minha Igreja


Uma das minhas primeiras histórias aqui nesse blog, eu conto como eu, Rafael e Ighor ficamos a deriva na Baía de Alcântara e conseguimos chegar a cidade, chegando La tentamos procura a igreja no intuito de conseguirmos um local pra passarmos a noite, a igreja estava fechada em pleno domingo, essa da foto acima. Quando eu tinha uns 13 anos de idade, conheci a catedral de São Luís, me impressionou o fundo dessa igreja revestido a ouro. Nesse dia perguntei a meu irmão que tinha me levado la:


- Silvio, por que ninguém rouba esse ouro todo?
- Deve ter seguranças, sei lá.


Seria uma segurança divina? Não sei, nos últimos tempos visitei várias igrejas em alguns estados Brasileiros, as igrejas barrocas de Minas Gerais me chamaram a atenção por possuir traços que lembram a arquitetura gótica do velho mundo. Mais essa semana não foram igrejas católicas que me chamaram a atenção, foram igrejas que eu não consegui definir até agora. Alguns nomes bem estranhos de igrejas espalhadas por toda a imperatriz, pra não falar que alguns são estranhos e cômicos, nisso, pensei que não seria tão complicado abri uma igreja e resolvi investigar o que seria necessário pra abri minha própria casa do senhor. Primeiro, eu preciso de R$ 418,42 em taxas e emolumentos e de cinco dias úteis (não consecutivos). E qual seria o tipo de doutrina? Não precisa. Para se criar um culto religioso, não precisamos ter uma doutrina ou requisitos teológicos e mais, quando se cria uma igreja, com seu CNPJ podemos abri uma conta bancária isenta de IR e IOF. Pesquisando um pouco mais, o artigo 150 da nossa constituição diz que, qualquer tipo de culto são imunes a todos os impostos que incidam sobre o patrimônio, a renda ou os serviços relacionados com suas finalidades essenciais, as quais são definidas pelos próprios criadores. Em outras palavras, eu vou ficar livre de impostos como: IPVA, IPTU, ISS, ITR e todos os impostos que começam com a letra “I”, bastava eu declarar que são bens colocados em nome da minha igreja (olha que legal!). Se cada brasileiro criasse sua igreja, adeus impostos!!! Eu já estou pensando em qual seria o nome da minha igreja, e se você que esta lendo isso tiver alguma dificuldade em colocar o nome da sua igreja, eu pesquisei alguns nomes de igrejas espalhadas no nosso país para você ter uma idéia de como pode ser fácil ou difícil batizar uma casa sem impostos, ou melhor, a casa do senhor.



Igreja Evangélica de Abominação à Vida Torta ( o que é mesmo uma vida torta?)


Igreja Explosão da Fé


Comunidade do Coração Reciclado


Igreja A Fé de Gideão ( alguém pode me falar quem é Gideão?)


Igreja Pentecostal Jesus Nasceu em Belém


Igreja Evangélica Pentecostal Labareda de Fogo (as coisas devem esquentar nessa)


Igreja Evangélica Pentecostal a Última Embarcação Para Cristo (será que alguém cobra passagens?)


Igreja Automotiva do Fogo Sagrado ( playboys devem levar seus carros pra la)


Igreja A de Amor (será que a Xuxa tem algo haver com ela?)


Igreja Dekanthalabassi ( até agora não consegui pronunciar esse nome)


Igreja Cristo é Show


Igreja das Sete Trombetas do Apocalipse


Igreja Evangélica Florzinha de Jesus


Igreja Caverna de Adulão (quem é esse elemento?)


Igreja Evangélica Adão é o Homem ( quase foi “é o cara”)


Igreja Pentecostal Jesus Vem, Você Fica ( Deus que me perdoe mais, que porra é essa???


Igreja Evangélica Pentecostal Cuspe de Cristo (sem comentários)


Assembléia de Deus Batista A Cobrinha de Moisés


Assembléia de Deus Fonte Santa em Biscoitão


Igreija Evangélica Muçulmana Javé é Pai (evangélica e muçulmana?)


Igreja Abre-te-Sésamo ( direto para os fãs do Raul Seixas)


Igreja da Bênção Mundial Pegando Fogo do Poder


Igreja Evangélica Batalha dos Deuses (uma igreja politeísta?)


Igreja Evangélica do Pastor Paulo Andrade, O Homem que Vive sem Pecados


Em fim, acho que ficou claro que é mais complicado abri um boteco, uma granja, uma vídeo locadora do que uma igreja. Já tenho uma idéia do nome da minha:


Igreja Emílio te salvará.